Como falar da tendência da desconexão se ainda estamos todos aqui?

Durante esses últimos meses em que estive off-line, pude refletir mais sobre os prós e os contras de estar presente nas redes sociais.


De certa forma, algumas coisas que eu observo como tendência têm um pouco de autobiografia.

Nada mais natural. Eu estou no mundo, também sou consumidora… Avaliar meu próprio comportamento me dá algumas pistas. Mas não posso me fechar em uma bolha e, por isso, converso com outras pessoas, visito lugares, leio textos com opiniões diferentes das minhas.

Mas essa tendência da desconexão me fisgou. Lá em 2019 quando li “O Inverno da Desconexão” achei incrível e passei um tempo longe das redes sociais.

Durou pouco. Logo eu voltei a trabalhar com o Instagram e me vi conectada quase 10 horas por dia, de segunda à segunda.

Eu abria o aplicativo para fazer uma publicação do trabalho e duas horas depois estava lá, rolando a timeline, lendo stories noite adentro. 

É claro que isso me fez mal. Cheguei a deixar de seguir todo mundo aqui no IG para poder ter mais temperança e usar a rede de forma apenas profissional.

Recentemente, durante meus treinos na academia, pude ouvir o curso “Escravidão Digital” do Padre Paulo Ricardo que reforçaram algumas ideias que estavam latentes em minha mente.

Há alguns meses escrevi assim:

“Mas me desconectar totalmente também me fez mal. Sabe por quê? Porque o Instagram é uma das minhas ferramentas de pesquisa para o assunto que eu mais me interesso. E eu havia notado isso.

Depois de alguns meses refletindo sobre o uso dessa rede social, cheguei à conclusão de que eu preciso conjugar o meu estudo em livros com a conversa que tenho com vocês aqui.

Talvez eu tenha chegado à conclusão errada, mas percebi que durante o tempo em compartilhei aqui minhas impressões, fui motivada a continuar e consegui levei a sério minha pesquisa.

A interação alimentou a minha vontade de estudar para encontrar respostas para as perguntas que me inquietam há anos.

Acho que partilhar um pouquinho do processo, dos avanços e das reflexões que formulo em minha cabeça confusa, me ajuda a organizar as ideias e a pensar melhor.”

Apesar de considerar essa reflexão uma verdade, paradoxalmente há momentos em que tenho a necessidade de me desconectar completamente. 
Quanto mais medito sobre esse assunto, mais difícil fica conjugar isso tudo em minha mente.

Para ser sincera, ainda não cheguei a uma conclusão.

O que eu sei é que não sou a única vivendo esse processo. A tendência da desconexão unida à leveza vaio mesmo para ficar. Mas como ainda está em processo de expansão, o que irá acontecer primeiro é um “exagero” para o lado oposto (desconexão total).

Imagino (e espero) que uma hora encontraremos um equilíbrio.

Enquanto isso, continuo achando que um caminho será o retorno dos blogs. Textos mais longos, mais meditados e menos superficiais, como os que eu pretendo postar aqui. ;)

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